Introdução

Esse é um site criado pelo professor Leandro Villela de Azevedo, para seus alunos da escola Villare, o objetivo é realizar um cliping de notícias, segundo temas de interesse, com comentários, realizados pelos alunos do 1o médio, no ano de 2010

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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Há solução para o problema das enchentes em São Paulo?

O desassoreamento dos rios, a ampliação dos sistemas de retenção de água, a melhoria do sistema de alerta de emergências e a criação de comissão específica são algumas das propostas de arquitetos e engenheiros para minimizar os estragos causados pelas enchentes em São Paulo.
Desde o fim de dezembro, as chuvas têm atingido a capital quase que diariamente. Em janeiro, os níveis de chuva bateram recorde e os alagamentos passaram a fazer parte do dia a dia do paulistano.

Os especialistas apontam que a impermeabilização do solo e a ocupação irregular são os principais causadores dos alagamentos que atingem a região metropolitana.

Segundo o engenheiro Mario Thadeu Leme de Barros, doutor em sistemas de recursos hídricos e professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (SP), as obras de drenagem preveem o nível de chuvas e o grau de impermeabilização do solo. No entanto, o crescimento da cidade, faz com que, segundo ele, essas obras não funcionem com eficácia.

"As obras de drenagem trabalham com um determinado critério de segurança em relação ao nível de chuva. Se as chuvas forem mais críticas do que a previsão adotada no projeto, as obras não vão funcionar bem. (...) Também se projeta supondo um determinado nível de ocupação do solo da bacia. Se a cidade continuar crescendo, impermeabilizando o solo, aumentando a ocupação, a obras de drenagem vão se tornar cada vez mais insuficientes."



É necessária uma política de ocupação do solo que não agrave a questão da impermeabilização."
Para Barros, é preciso atenção para a política de uso do solo e reduzir a impermeabilização. "É necessária uma política de ocupação do solo que não agrave a questão da impermeabilização. Além disso, existem hoje diversas técnicas de intervenção de uso do solo para minimizar o impacto da impermeabilização."

O engenheiro aponta ainda que melhorar o sistema de alerta e monitoramento de cheias também ajuda a minimizar os impactos das chuvas.



"Além de todas as obras necessárias para o controle das cheias, é importante que em situações extremas, acima do que foi projetado, a gente possa ter um sistema de atendimento de situações emergenciais que possa entrar em funcionamento, com a Defesa Civil preparada, controle de trânsito, isolamento de áreas, empresas de distribuição de energia comunicadas. A CGE (Centro de Gerenciamento de Emergência da Prefeitura de São Paulo) tem papel importante no sistema, mas isso pode ser aperfeiçoado."

Mario Thadeu Leme de Barros diz ainda que é preciso ser feito durante todo ano um trabalho de conscientização da população sobre o destino de lixo, que também favorece as enchentes. "Esse trabalho de informação sobre os resíduos sólidos deve ser contínuo, não se pode falar só durante a chuva. Tem que ser um processo obrigatório."

José Rodolfo Scarati Martins, especialista em drenagem urbana e ex-coordenador de projetos do Centro Tecnológico de Hidráulica do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) do estado, afirma que uma das soluções para o problema é a construção de mais piscinões. "A engenharia trabalha com um leque de medidas que devem progressivamente ir tornando o problema administrável. (..) Uma das medidas é concluir o plano de piscinões", destaca.
Para Mônica Amaral Ferreira Porto, professora de Engenharia Hidráulica da USP), o aumento da retenção de água também é o melhor caminho.



"Com uma área urbana tão grande, em que todo o escoamento flui para um único canal que é o Tietê, sempre teremos problemas sérios. As conseqüências podem ser minimizadas com uma série de ações. O que pode ser feito é aumentar a volume de água retido nos piscinões, principalmente com a construção de novas estruturas, aumentar as áreas permeáveis com o uso de pavimentos permeáveis ou áreas ajardinadas, reter a água nos lotes ( por exemplo, armazenar a água da chuva para uso posterior ou infiltrar a água que escoa dos telhados)."



Ação integrada

Mônica Porto diz ainda que todas as prefeituras da região metropolitana devem coordenar suas ações, com programas de operação e manutenção de bocas-de-lobo e galerias, controle de ocupação da várzea e sistemas de alerta para aviso da população.



Impõe-se no caso da melhor gestão das inundações a existência de uma liderança coordenada e uma organização exemplar em termos legais, financeiros e técnicos."
"Todas as grandes regiões metropolitanas do mundo apresentam uma enorme fragmentação gerencial. Inúmeras prefeituras, inúmeras instituições, inúmeros atores políticos e sociais, em diferentes problemas locais, com decisões e atuações incoerentes, frequentemente duplicando esforços e recursos. Impõe-se no caso da melhor gestão das inundações a existência de uma liderança coordenada e uma organização exemplar em termos legais, financeiros e técnicos", sugere a engenheira.

O diretor do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo (Seesp) Gley Rosa também propõe a criação de um comitê com engenheiros, geólogos, meteorologistas, poder público e representantes da sociedade civil para discutir soluções para os alagamentos.

"Essa discussão deve ser feita no decorrer do ano. Senão amanhã, daqui a 15 dias, acaba o verão e o assunto cai no esquecimento. É melhor que isso se prolongue e que haja propostas concretas com políticas para evitar problemas", diz o diretor do Seesp.

Arquiteto, urbanista e ex-secretário municipal de Planejamento, Jorge Wilheim diz que o primeiro passo é desassorear os rios Tietê e Pinheiros, ou seja, retirar a terra que reduzir a vazão dos locais.

Outra solução é reter a água para que ela demore mais a chegar aos rios, diz Wilheim. Ele diz que há artigos previstos no Plano Diretor de Macrodrenagem que poderia ser regulamentados, que também podem ajudar. "O Plano Diretor prevê que os grandes pátios não deixem a água da chuva correr para a rua, que eles devem reter por uma hora. Outra questão é que os prédios usem a água da chuvas dentro do próprio sistema."

O presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo, José Tadeu da Silva, informou que a entidade está atenta ao problema e que vai realizar em breve um seminário sobre áreas de risco convidando autoridades, especialistas, profissionais e estudantes para discutir soluções.

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