Graças à revolução no modo de produção, a fabricante japonesa se internacionalizou rapidamente. A ponto de conseguir superar, em 2008, a soberania da General Motors. No meio desse processo, a montadora deu um passo em falso, que resultou no recall de cerca de 9 milhões de unidades. Entre elas, aproximadamente 200 mil do híbrido Prius, símbolo da nova era da mobilidade e projeto mais promissor da empresa.
Para o especialista em estratégias empresariais, Marcos Morita, os problemas nos freios e nos aceleradores de modelos da marca também são consequências da acirrada competição do mercado automobilístico. Segundo ele, a produção cada vez mais rápida de carros, o ciclo acelerado de renovação de produtos e os grandes volumes desafiam o padrão de qualidade de qualquer empresa. “O ciclo de renovação de produtos da Toyota é o mais rápido entre seus concorrentes”, observa Morita. "Mas desta vez, não deu."
O que mais assusta toda a indústria é a proporção deste caso. “Foi um volume muito grande, com problema de alta gravidade”, observa o especialista. Como qualquer fabricante poderia ter sido o alvo de um recall nessa proporção, a primeira fabricante a agir foi a Honda — que recentemente também anunciou novos recalls e expandiu outros antigos (veja o infográfico abaixo). O diretor-financeiro da Honda Motor, Yoichi Hojo, chegou a alertar que o “expressivo” recall da Toyota pode ter um efeito em cadeia sobre todo o setor, abalando a confiança dos consumidores na qualidade e segurança dos veículos.
E é exatamente um abalo permanente na imagem que a Toyota teme. Um fator que abalou a reputação da empresa foi a demora em divulgar as falhas nos carros, detectadas em outubro. O motivo não havia sido identificado, muito menos a solução para o problema.
De acordo com o sócio da Intent Consultoria, Ricardo Fortes de Sousa, foi a preocupação com a qualidade que fez com que a japonesa demorasse tanto para anunciar o megarecall. “Não acredito que a Toyota abriu mão da qualidade, ela tem um controle muito rigoroso sobre isso, mas sem dúvida pode haver erros”, afirma. “O retardo no anúncio aconteceu devido ao processo interno da empresa. É característico da indústria japonesa isso, não acredito que tenha sido uma demora proposital”, observa.
Quebra da confiança abre caminhos para concorrentes :
Com a produção parada, carros no pátio e consumidores sem saber o que fazer, as americanas Ford e General Motors e a sul-coreana Hyundai aproveitam para atrair novos clientes e ressurgir no cenário econômico. A GM, por exemplo, oferece nos Estados Unidos US$ 1 mil para os clientes que trocarem os veículos da Toyota por seus modelos. Já a Ford lançou um programa para atrair consumidores tanto da Toyota quanto da Honda.
Porém, na visão do consultor Ricardo Fortes de Sousa, quem leva vantagem é a Hyundai, que já possui uma política agressiva de preços e carros que atendem o novo perfil americano de carros. “Para aproveitar essa lacuna de curto prazo, não vejo a indústria americana se sobrepor, porque ela está economicamente bem fragilizada. É uma oportunidade melhor para os sul-coreanos que, aliás, possuem uma questão histórica com o Japão de investir para superá-los”, explica Sousa.
Curto prazo :

Para os especialistas, o tempo que a imagem da Toyota ficará abalada dependerá da estratégia utilizada pela companhia para gerar a crise de confiança. Ao seu favor, a japonesa tem a transparência e a humildade características da cultura de seu país. “Eles assumiram o problema e procuram a solução. O abalo da imagem será algo pontual e não se estenderá em médio e longo prazo, a não ser que outro recall seja anunciado. Neste caso, a situação complica”, afirma Sousa.
Após o anúncio do recall do modelo Prius, juntamente com outros modelos híbridos nesta terça-feira (9), a agência americana de segurança viária, a NHTSA, declarou que estuda queixas sobre o sistema de direção do modelo Corolla. Segundo a NHTSA, o procedimento é rotineiro, porém lança mais uma interrogação sobre os produtos do grupo.
Enquanto isso, o presidente da montadora japonesa, Akio Toyoda, curva-se diante de clientes e acionistas descontentes. “A segurança dos clientes é primordial", disse o executivo na sede da Toyota em Nagoya, na última sexta-feira (5). Mais do que um pedido de perdão, para os especialistas, o ato de Toyota deve ser encarado como um exemplo para as outras empresas, especialmente no Brasil.
Comentario:
eu gostei dessa materia pois ela fala sobre o recall(lote com defeito) da toyota que é uma marca grande mais apesar do problema esta se preocupando com seus consumidores e esta providenciando o recall de 400mil híbridos no mundo
Andre T. Alvarenga
1º B



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