A emissora estatal síria informou neste domingo (12) que o Exército tomou o controle total da cidade de Jisr al-Shoghur, no noroeste da Síria, onde os militares sírios realizam operações contra o que o regime qualifica de "grupos armados".
O governo sírio afirma que está tentando restaurar a ordem na cidade, depois que 120 militares teriam sido mortos na semana passada. Mas moradores dizem que as mortes foram causadas por um motim e um conflito dentro das próprias forças de segurança sírias.
De acordo com a rede de TV CNN, pelo menos três pessoas foram mortas. Uma rede de ativistas, os Comitês de Coordenação Local, informa que a cidade ficou sob pesado bombardeio de centenas de veículos militares. A TV estatal afirma que um soldado foi morto, quatro ficaram feridos e "muitas" pessoas foram presas.
O governo diz que o objetivo era limpar a cidade de grupos armados e desarmar explosivos em estradas e pontes. Segundo a CNN, as informações oficiais contrastam com os relatos dos moradores, que dizem que não há "bandos armados" em Jisr al-Shoghur.
O local é dos focos de resistência ao governo do presidente Bashar al-Assad. Há dois dias, um ataque militar em Jisr al-Shoghur fez com que cerca de 5.000 pessoas fugissem para a Turquia.
Os meios de comunicação do regime sírio também revelaram a descoberta de uma vala comum com dez cadáveres de policiais e soldados dos corpos de segurança, a maioria decapitados, com marcas de bala e membros amputados. A agência Sana noticiou que a vala comum foi descoberta perante cerca de vinte jornalistas árabes e estrangeiros e responsabilizou os mesmos "grupos armados" pelas atrocidades cometidas. Numa nota urgente, a televisão síria acrescentou que um alegado militante de um "grupo terrorista" confessou ter cometido a matança e enterrado os corpos.Comentário: desde março, milhares de sírios pedem reformas políticas e a queda do regime, que por sua parte, acusa grupos armados e uma grande conspiração internacional de estarem por trás dos protestos. Pelo menos 1.289 civis e 336 soldados do Exército e da polícia morreram desde o início das revoltas populares similares às realizadas no Egito, Tunísia, Líbia e Iêmen.
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