Distritais negam propina e dizem que valores em planilha são de salários de servidores

MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília

  Os deputados distritais Raimundo Ribeiro (PSDB), Milton Barbosa (PSDB) e Eurides Brito (PMDB) divulgaram nota nesta quarta-feira negando o envolvimento no chamado mensalão do DEM de Brasília que envolve o governador cassado e preso, José Roberto Arruda (sem partido).
Segundo os parlamentares, a planilha aprendida pela Polícia Federal, durante a Operação Caixa de Pandora, que tem valores ao lado dos nomes de deputados e suplentes, aponta apenas a remuneração de cargos comissionados que eles poderiam indicar.
Ribeiro afirma que as suspeitas sobre eles são "notícias infundadas e que a nossa atuação como parlamentar tem incomodado muitas pessoas poderosas". No documento, ele diz que, como segundo-secretário, indicou o secretário-executivo cujo o salário seria de R$12.751.
  As notas dos três deputados foram assinadas pelo secretário da Câmara, Gustavo Marques. O secretário assinou uma declaração afirmando que a lista foi fornecida por ele ao ex-presidente da Casa, Leonardo Prudente (sem partido), que foi flagrado colocando dinheiro de suposta propina nas meias e renunciou ao mandato para escapar do processo de cassação, se tratava da redistribuição de cargos.
"Os valores relacionados foram por mim fornecidos ao então presidente Leonardo Prudente, visando recompor equilibrar a distribuição de cargos entre os parlamentares da atual legislatura."
O nome da deputada Eurides Brito aparece ao lado de "+- 14.000" e, segundo Marques, seria a composição dos salários de dois servidores.
  O Ministério Público entrou ontem com uma nova ação no TJ (Tribunal de Justiça) local para afastar 10 parlamentares e 16 suplentes da votação da Câmara Legislativa do Distrito Federal que vai analisar os pedidos do STJ (Superior Tribunal de Justiça) para abrir dois processos criminais contra Arruda.
Promotores do NCOC (Núcleo de Combate às Organizações Criminosas) levaram em consideração novos depoimentos de Durval Barbosa, delator do esquema de corrupção, e documentos apreendidos nas buscas e apreensões pela Polícia Federal.
  Na avaliação dos promotores, há fortes indícios de que esses parlamentares estariam envolvidos no esquema que ficou conhecido como mensalão do DEM de Brasília.
Os nomes dos deputados aparecem ao lado de números em uma planilha que teria sido apreendida. No documento, os números representariam valores da "mesada" que esses parlamentares teriam direito em troca de apoio político.
  Milton Barbosa reclamou da postura do Ministério Público. "Todo deputado participa de estrutura da Casa. Todos têm cargos na Casa. Se ele tivesse essas informações, ele não iria decidir nessa situação", disse.
  O tucano cobrou que o presidente em exercício da Câmara, Cabo Patrício (PT), disponibilize em dez dias na página da Casa na internet a composição dos cargos comissionados.
"Se não fizer, eu vou divulgar e não tenho problema nenhum. E hoje sou o deputado que mais cargos. O que eu não posso concordar é com a falta de cuidado com a honra dos outros. O que não pode é fazer o que fizeram. Até pode, mas não deve. Eu vou lutar pela minha [honra]", disse.
  O suplente Francisco de Assis Crizanto, que disputou as eleições pelo DEM, mas é filiado ao PT do B, também divulgou nota negando qualquer envolvimento no esquema de corrupção.
"O Ministério Público mais uma vez procura relacionar o nome do Dr. Crizanto há coisas ilícitas como sempre fez, porque o tem como inimigo mortal da instituição. Ele não conhece e nem manteve contato com as pessoas citadas, nem pessoal e nem por telefone. Como também não participou de nenhum evento com elas", afirma o documento.

  A suplente Monica Nobrega (DEM) também informou que não tem ligação com o esquema.

bibliografia: folhaonline

Comentário:

  Enquanto acontece uma grande festa na política brasileira, o povo olha por inúmeras janelas e não tem voz para dizer a imensa quantidade de barbaridades que enxerga, qual é a utilidade de algo que tem muitos gastos, mas nenhum tipo de lucro? ou melhor, qual a utilidade de políticos desonestos? como podemos ter um país melhor se nem na política do mesmo existe seriedade? existem sim pessoas de boa intenção na política, mas não é possível justificar o injustificável, e mesmo que o povo assista todos esses episódios em silêncio agora, é possível perceber que esse tipo de desordem de destrói sozinha e pelo ritimo não vai demorar muito para que isso aconteça.