25/02/08
Pesquisa da Apeoesp, o sindicato dos professores da rede pública do estado de São Paulo, mostra que 87% dos profissionais de educação já conviveram com agressões físicas e verbais dentro da sala de aula. Na maior parte dos casos, os alunos são os principais agressores. Professores reclamam ainda do tráfico de drogas e uso de armas dentro da sala de aula.
Dos 684 professores entrevistados, 70% afirmaram que sabem de casos de tráfico de drogas na escola. Na pesquisa, 67% dizem saber do uso de drogas entre os estudantes e 46% souberam de situações de pessoas armadas na escola.
No ano passado, a professora Eunice Martins teve a mão direita prensada em uma porta de escola municipal de São Bernardo do Campo, no ABC. Ela perdeu parte da ponta do dedo. “Eu não sinto a ponta do dedo ainda. É como se estivesse dormente. Não consigo escrever mais com ele”, diz Eunice, que tem 28 anos de profissão.
Uma ex-diretora, que não quer ser identificada. Em seus 20 anos em escolas públicas, ela diz que já ficou sabendo de alunos que vão armados para a sala de aula. “Eles colocam a arma em cima da carteira e falam: `hoje eu vou embora tal hora'”, conta.
Na semana passada, em Ribeirão Preto, a 314 km de São Paulo, uma aula terminou em agressão. Segundo a professora, que não quer se identificar, tudo começou porque um aluno estava atrapalhando a aula. “Na hora em que ele saiu, fui fechar a porta, ele pegou e veio com agressão. Ele já veio dando soco. Primeiro, soco na minha boca. Que eu corri, me deu uma rasteira e me jogou no chão. Me ameaçou, jogou a cadeira contra mim”, lembra.
A pesquisadora Caren Ruotti, do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo, diz que não existem culpados. Para ela, a violência dentro da sala de aula é fruto da falta de integração escola e comunidade.
“O aluno não é trazido pra discutir os problemas que têm na escola. Os professores também não. Então, fica esse clima muitas vezes de indisciplina, de desrespeito, onde as agressões surgem porque os problemas não são tratados, não são discutidos pela escola. É um trabalho coletivo", afirma a pesquisadora.
Em nota, a Secretaria de Educação do estado de São Paulo informou que o número de agressões diminuiu de 210 em 2005 para 180 no ano passado, no universo de 250 mil professores. A secretaria afirmou ainda que desenvolve programas que incentivam o respeito aos professores, funcionários, alunos e pais dos estudantes. Para a secretaria, o estudo da Apeoesp não é representativo, já que foram ouvidos 684
profissionais.
A Secretaria de Educação de São Bernardo do Campo classifica como um incidente o que aconteceu com a professora Eunice.
Comentario: O uso da violencia como forma de defesa pode ser um dos motivos desses alunos, para aqueles que vivem a realidade em suas casas de PRECISAR dormir com uma arma debaixo do travesseiro para garantir a vida apresenta-la em uma questão escolar não parece ser tão impactante. A agressão de professores é muito errada apesar de que esses alunos muitas vezes veem com algo muito comum ameaçar diretores e funcionarios por conta da realidade em que vivem. O que antes era usado com defesa agora é usado como desculpas para uma "dominação" da escola impondo horarios de saida e controle com uso do medo para cima dos funcionarios.
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