Introdução

Esse é um site criado pelo professor Leandro Villela de Azevedo, para seus alunos da escola Villare, o objetivo é realizar um cliping de notícias, segundo temas de interesse, com comentários, realizados pelos alunos do 1o médio, no ano de 2010

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quinta-feira, 13 de maio de 2010

De Teerã a Bagdá – O Irã concorda com os EUA no Iraque, é colonialista no Líbano e ignora a Síria no Golã.

O líder do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, esteve nos Estados Unidos três vezes para eventos na ONU. Em todas criticou Israel, falou dos palestinos e atacou os americanos. Curiosamente, nestas visitas, o líder iraniano evitou falar do Iraque, da ocupação das colinas do Golã, da Síria, e do apoio que seu regime concede ao Hezbollah, no Líbano.


São três casos distintos e cada um deles traz uma lição sobre o regime iraniano. Ahmadinejad não fala muito do Iraque porque, desde a derrubada de Saddam Hussein, tudo o que aconteceu no país vizinho apenas fortaleceu o Irã. Mais do que isso, os interesses americanos e iranianos em Bagdá são sempre bem próximos. Washington e Teerã costumam apoiar as mesmas figuras para governar o Iraque. No Afeganistão, com Hamid Karzai, acontece o mesmo.

A ocupação das colinas do Golã por Israel seria fácil de ser criticada. Afinal, os israelenses desrespeitam as resoluções da ONU ao anexar um território sírio. Mas Ahmadinejad não fala nada e prefere manter o seu discurso que beira o anti-semitismo contra Israel, questionando assuntos como o Holocausto. E relega um interesse da Síria para um segundo plano. Afinal, caso Israel chegue a um acordo com Damasco, os iranianos perderão o seu principal aliado na região, que ficará menos propenso a apoiar ações do regime de Teerã pela região.

Para completar, temos a questão do Hezbollah. Ahmadinejad critica os EUA por fornecerem armas e dinheiro a Israel e Egito. Mas faz o mesmo com a milícia xiita libanesa. O Hezbollah seria a “Israel” dos iranianos. Os israelenses e os americanos possuem uma ligação quase de irmãos. Mas Israel e os EUA são duas nações bem diferentes e independentes uma da outra. O mesmo vale para o Irã e o Hezbollah, que, apesar de um elo forte baseado na religião, não podem ser considerados a mesma coisa. A começar pela língua, já que são raros os membros da organização libanesa que entendem persa e poucos iranianos falam árabe fluentemente. (obs. o Hezbollah não é um Estado).

O Irã, portanto, é um país realista, e não louco, como gostam de pintar. Atua quase em coordenação com os americanos onde o interesse é comum, como no Iraque. Deixa aliados de lado, conforme deixa claro sua omissão sobre as colinas do Golã, para manter seus objetivos intactos. E exerce uma política colonialista, não diferente de potências ocidentais, no Líbano.



Comentário: Muitas pessoas tem a visão de que os EUA são superiores a todos os paises e por isso podem ajudar ou interferir em outros paises, muitas vezes subdesenvolvidos. Outras pessoas e talvez até as mesmas, tem a visão de que os países do Oriente Médio são descontrolados e impulsivos, como se fossem os vilões da historia.
Temos que entender, que são outras sociedades, outras culturas, e isso não faz deles ruins. Se algum país for interferir em eventuais acordos, que sejam países que não estejam envolvidos em conflitos e que não possam se beneficiar.

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